Exposição | O Espaço da Alteridade – Andrea Eichenberger

A Aliança Francesa abre, no dia 18 de novembro, a exposição “O espaço da alteridade”, da fotógrafa e antropóloga Andrea Eichenberger, na Galeria Aliança Francesa, em Botafogo. A mostra apresenta quatro séries fotográficas intituladas: “(in)Segurança”, “Les milles briques”, “O parque” e “Translitorânea”. 

São 65 fotografias que tomam como assunto o encontro com o “outro”.

“Tomo o ato fotográfico como uma forma de aproximação e de trocas com as pessoas que eu fotografo. A fotografia não é um fim, mas um meio que me permite compartilhar experiências e acessar outros modos de olhar e pensar o mundo”, diz a artista.

A pesquisa de Andrea Eichenberger é atravessada por sua formação em antropologia, procurando estabelecer um profundo diálogo com as pessoas fotografadas. Natural de Florianópolis, Santa Catarina, Andrea vive em Paris e trabalha entre o Brasil e a França. É graduada em Artes Plásticas pela Universidade Estadual de Santa Catarina/UDESC, mestre e doutora em Antropologia pela Université Paris 7 – Sorbonne Paris-Cité, em cotutela de tese com a Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC.

“Em meus trabalhos, dedico especial atenção às trajetórias de vida e histórias menores que colocam em perspectiva a complexidade das relações sociais, políticas e econômicas de um contexto mais amplo”, afirma Andrea. “Há mais de dez anos, venho desenvolvendo trabalhos que destacam algumas tensões entre o cotidiano e a esfera política no Brasil, país onde nasci, cresci e ao qual retorno com frequência. Ao longo desses anos, tenho me interessado sobretudo por questões ligadas às transformações sociais, econômicas e políticas que presenciamos nas duas últimas décadas”, complementa a artista.  

A curadoria da mostra é assinada por Teresa Bastos, pesquisadora de fotografia, curadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro onde atua na graduação e nos Programas de Pós-graduação em Artes da Cena (ECO/UFRJ) e Pós-graduação em Artes Visuais (EBA/UFRJ).  Segundo Teresa, “a artista Andrea Eichenberger documenta espaços e pessoas na fricção entre o que naturalizamos por ‘real’, ou seja, um cotidiano social partilhado, visto por muitos, e sua invenção”. “Com um olhar antropológico, seu trabalho ousa nos instigar a ver não somente com olhos de espectadores, mas como cúmplices. Andrea busca no mais previsível, o inusitado”, afirma a curadora.

De acordo com Teresa Bastos, “o espaço de alteridade que o olhar sensível de Andrea Eichenberger  constrói  é um lugar em que as pessoas vivem com dignidade, estejam elas às margens da Rodovia Translitorânea, no Brasil, ou na penitenciária da cidade de Beauvais, na França “.